Vivemos num momento complicado no mundo do desenvolvimento de software. Sou desenvolvedor há um bom tempo e espero um dia ver essa indústria funcionar de maneira sadia, mas isso está demorando muito!
Continuo vendo pessoas que pensam na TI como um empecilho e não como uma solução para diversos problemas, mas para isso acontecer precisamos entender as dificuldades inerentes das próprias tecnologias utilizadas, compreender e domar, é isso que eu acho que deve ser feito, obviamente não podemos perder a visão do negócio, mas precisamos equilibrar os dois, e não valorizar demais o negócio e desprezar as tecnologias e por conseguinte a qualidade.
Penso muitas vezes o quanto o mercado de software mudaria se pudéssemos mensurar o custo da manutenção, mas isso não tem mudado muito. Isso acontece por dois motivos, primeiro porque é realmente complicado medir o custo de um software em manutenção e segundo porque não se quer.
Para medir o custo é necessário uma boa organização interna para saber o que deu errado, mas acima de tudo é necessário uma visão técnica e não de negócio para isso. Como saber se o código entregue estava realmente bem feito e de acordo com as expectativas? Daí vem a falta de desejo de medir, gerentes em geral só trabalham com os custos do desenvolvimento, uma vez terminado, o custo de manutenção fica mais restrito para a parte técnica saber o verdadeiro esforço, um gerente perderia voz e entraria então o conhecimento técnico para dizer de fato quais os problemas encontrados.
Para desenvolver um produto nada como diversas horas extras para alcançar o objetivo, mas depois de terminado, os gantt charts são atualizados com os custos de manutenção?
A terceirização promete eliminar os problemas do desenvolvimento do produto, mas nunca eliminará os custos de manutenção e é aí que mora o problema, achar que todos os sistemas são iguais é um erro recorrente na área e manter um produto que foi desenvolvido por pessoas de empresas diferentes, será sempre um desafio. Devemos usar as famosas fábricas de software com muita cautela, insisto em dizer que produtos cruciais devem evitar essa abordagem e quando não houver outra solução, acompanhar cada passo que é dado pela "fábrica", por passo me refiro ao código!
Nenhum comentário:
Postar um comentário